18 de março de 2025
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Presidente citou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e tentativa de golpe na Bolívia. Reunião em Assunção ocorreu sem a presença do presidente da Argentina, Javier Milei. Chanceler Diana Mondino, representou Milei na cúpula de chefes de Estado. Comitiva brasileira chega ao Paraguai para 64ª Cúpula de Chefes de Estados do Mercosul.
Ricardo Stuckert / Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (8) da reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, capital do Paraguai. Lula disse que “não há atalhos para a democracia”, ao mencionar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro no Brasil e a tentativa de golpe na Bolívia. Em contraponto, ele disse que é preciso estar vigilantes para “falsos democratas”.
Lula atribuiu a manutenção da democracia na Bolívia à firmeza do governo boliviano, à mobilização do povo e ao rechaço da comunidade internacional.
“O Mercosul permaneceu mais uma vez unidade em defesa da plena defesa do Estado de Direito. A reação unânime ao 26 de junho na Bolívia e ao 8 de janeiro no Brasil demonstram que não há atalho na democracia em nossa região. Mas é preciso permanecer vigilantes. Falsos democratas tentam solapar as instituições e colocá-las à serviço de interesses reacionários”, disse Lula.
“Democracia e desenvolvimento andam lado a lado. Os bons economistas sabem que o livre mercado não é panaceia para humanidade”, prosseguiu o presidente.
O bloco sul-americano é composto por Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai e deve formalizar a entrada da Bolívia. Ao fim da reunião, o Uruguai assume o comando semestral do grupo (leia mais abaixo).
Anfitrião do encontro, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, afirmou que o Mercosul “é um exemplo exitoso e integração e que não há outro caminho” para os sucesso dos países do bloco.
Presidente Lula viaja ao Paraguai para participar de Cúpula do Mercosul
Peña também afirmou que a democracia “não deve ser mera poesia”. Ele defendeu que os países abracem a “democracia com conteúdo”, a “democracia com resultados” para as populações dos países do Mercosul.
Peña reconheceu que há diferenças de visões políticas e ideológicas entre os governantes do bloco e que essa diversidade não pode ser vista como sinal de fraqueza.
O líder paraguaio também se solidarizou com as vítimas das enchentes de maio no Rio Grande do Sul. A catástrofe, na sua opinião, deve reforçar o compromisso com políticas públicas sustentáveis e com respostas rápidas para atender vítimas.
A cúpula ocorreu sem a presença do presidente da Argentina, Javier Milei, o que causou desconforto nos demais integrantes do Mercosul, já que os presidentes não costumam faltar aos encontros semestrais do bloco.
No entanto, a chanceler argentina, Diana Mondino, representou Milei na cúpula de chefes de Estado.
Na véspera da cúpula, Milei esteve em Santa Catarina para um encontro de conservadores, quando esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi a primeira viagem do presidente argentino ao Brasil, que até o momento não teve uma agenda de trabalho com Lula.
Vice-presidente, Geraldo Alckmin, e presidente Lula, na Base Aérea de Brasília.
Ricardo Stuckert/Presidência da República
Bolívia
A reunião deve marcar a entrada da Bolívia no Mercosul, representada na cúpula pelo presidente Luis Arce. O país, que passou recentemente por uma tentativa fracassada de golpe militar, aprovou no parlamento as regras de ingresso ao bloco.
Lula seguirá ainda nesta segunda de Assunção para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Na terça (9), ele e Arce terão uma reunião de trabalho.
O encontro já estava marcado antes da tentativa de golpe. Lula decidiu manter a viagem a fim de demonstrar apoia ao governo de Arce.
Mercosul
Formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e, agora, pela Bolívia, o Mercosul foi criado em 1991, e a presidência do bloco é rotativa por seis meses. Ou seja, a cada semestre, um país comanda o bloco.
Além dos Estados membros, também existem os chamados Estados associados, entre os quais Colômbia e Chile. A Venezuela faz parte do bloco, mas está suspensa desde 2017, e o Brasil tem defendido que o país volte a integrar o grupo.
– Esta reportagem está em atualização

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