1 de março de 2025
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O percurso planejado para a prova vai da Ponte Alexandre III até a Ponte de l’Alma, com distância de um quilômetro. Para completar os 10 km, os atletas terão que nadar contra a correnteza intensa por metade do tempo. Atletas mergulham no rio Sena, com Torre Eiffel ao fundo, para prova em evento-teste da Olimpíada de Paris
MIGUEL MEDINA / AFP
Nesta quarta-feira (17), a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, cumpriu uma promessa e nadou no rio Sena, onde várias provas estão programadas para acontecer durante as Olimpíadas, que começam em pouco mais de uma semana.
No entanto, além das críticas à poluição do rio, que até pouco tempo atrás era considerado impróprio para banho, a correnteza também é uma preocupação, segundo atletas e técnicos ouvidos pela Deutsche Welle.
O percurso planejado para a maratona aquática vai da Ponte Alexandre III até a Ponte de l’Alma. A distância entre as duas pontes, que ficam no centro de Paris, é de cerca de um quilômetro. Para completar os 10 km da prova, os atletas terão que nadar contra a correnteza intensa por metade do tempo.
“Não é um problema nadar com a correnteza, o problema é o caminho de volta. Nas condições atuais, é impossível realizar uma competição no Sena”, explica Florian Wellbrock, medalhista de ouro da maratona aquática nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2021, à DW.
O rio está fluindo atualmente a uma velocidade de 1,2 metro por segundo. Em média, um nadador de águas abertas se move cerca de 1,6 metro por segundo, sem uma contracorrente. Na velocidade atual da água, eles só conseguiriam se mover 40 centímetros por segundo contra a corrente. No caso de nadadores de longa distância, seriam, em uma velocidade média “normal” de 1,4 metro por segundo, apenas 20 centímetros.
Para simular a contracorrente, os atletas treinaram usando os chamados “calções de freio”. Trata-se de um calção com uma superfície semelhante a uma rede, que é vestido sobre a sunga, aumentando assim a resistência na água. Como alternativa, os nadadores puxaram um paraquedas pela água.
Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, nada das águas do Rio Sena, em Paris
Joel Saget/Pool via Reuters
As autoridades francesas investiram cerca de 1,4 bilhão de euros em novas estações de tratamento de águas residuais e sistemas de esgoto, mas se a qualidade da água não for boa o suficiente nas datas das competições, as provas poderão ser adiadas por alguns dias.
Outra alternativa também é transferir o trajeto para onde será realizada a regata de remo, em Vaires-sur-Marne, a cerca de 20 quilômetros de Paris.
Para o técnico da seleção alemã de natação, Bernd Berkhahn, porém, uma prova de natação no rio e um percurso de regata são duas “coisas completamente diferentes” por causa da temperatura da água, assim como o vento e os limites. Devido às condições esperadas em Paris, Berkhahn treinou os atletas para nadar contra a corrente.
“Para os atletas, é terrível não saber o que está por vir e como se preparar mentalmente para a corrida. Força e resistência são o foco do treinamento. Por isso, vamos nadar mais com os braços”, diz.
Se pudesse escolher, o nadador alemão Oliver Klemet, de 22 anos, afirma que preferiria o percurso de remo ao rio Sena.
“Se mudarmos o local da prova, será mais fácil para nós”, opina o atleta, que acredita: “Nadar em um rio é muito mais difícil do que no mar”.
De acordo com o campeão olímpico Wellbrock, não importa onde ele pulará na água, mas uma coisa é certa:
“Esta prova será a maratona aquática mais difícil de todos os tempos. Vai depender muito do preparo.”

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