
Os 10 candidatos à disputa presidencial, incluindo Edmundo González, devem comparecer perante a Corte nesta sexta (2) às 15h (horário de Brasília). Pedido de auditoria, feito por Maduro, vem em meio a apelos internacionais para a divulgação da contagem detalhada de votos depois que a oposição contestou sua vitória. Nicolás Maduro diz que Venezuela está sofrendo uma tentativa internacional de desestabilização em reunião conjunta do Conselho de Estado, em 30 de julho de 2024.
Reprodução/Maduro no Youtube
A Suprema Corte da Venezuela que aceitou, a pedido do presidente Nicolás Maduro, iniciar a auditoria das eleições presidenciais do último domingo. Os 10 candidatos –Maduro, Edmundo González e mais oito– foram convocados para comparecerem perante a Corte nesta sexta (2) às 15h (horário de Brasília).
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“Admite-se, assume-se e inicia-se o processo de investigação e verificação para certificar os resultados do processo eleitoral”, expressou Caryslia Rodríguez, presidente do TSJ.
Com a decisão, Edmundo González, o candidato escolhido pela coalizão de oposição para desafiar Maduro nas urnas, também deve comparecer. González e María Corina Machado, líderes da oposição ao presidente, estão ameaçados de prisão desde que contestaram o resultado das eleições, que aconteceram no último domingo (28).
Maduro disse na quarta (31) que González e Corina Machado “têm que estar detrás das grades”. Corina Machado escreveu um artigo publicado pelo jornal americano “The Wall Street Journal” em que diz temer pela sua vida e que está escondida para não ser presa.
Corina Machado e González fizeram sua última aparição pública na terça (30), quando lideraram um protesto contra o Maduro em frente à ONU em Caracas, exigindo a apresentação das atas eleitorais.
Maduro pede revisão das eleições à Suprema Corte
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse a repórteres nesta quarta-feira (31) que pediu à Suprema Corte do país que conduza uma auditoria da eleição presidencial.
A decisão do presidente venezuelano, que também disse que seu partido está pronto para mostrar a totalidade da apuração das atas eleitorais, vem em meio a apelos internacionais para a divulgação da contagem detalhadas de votos depois que a oposição contestou sua vitória.
O Supremo Tribunal de Justiça venezuelano, assim como o Conselho Nacional Eleitoral, que atestou a vitória de Maduro, é alinhado ao presidente.
Favorita para derrotá-lo nas eleições, a líder da oposição, María Corina Machado foi inabilitada para ocupar cargos públicos por 15 anos em uma decisão do órgão de janeiro deste ano.
Também na tarde desta quarta, Maduro discursou para jornalistas internacionais e falou em tentativa de golpe de estado contra a Venezuela, que seria articulada pela oposição e pela comunidade internacional. Antes das eleições, o presidente venezuelano acusou a mídia internacional presente no país para observar o pleito de ser “assassinos de aluguel”.
“Não hesitarei para chamar o povo a uma nova revolução, nós não nascemos no dia dos covardes”, disse o presidente venezuelano.
Em seu pronunciamento a jornalistas, Maduro também voltou a acusar Edmundo González e María Corina Machado de estar por trás dos protestos que tomaram o país contra os resultados das eleições. O Ministério Público, chefiado por um chavista aliado de Maduro, investiga os dois.
Mais cedo, nesta quarta, o Centro Carter, órgão de monitoramento internacional que acompanhou a eleição de domingo (28) como observador, atestou que ela “não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática” e que a autoridade eleitoral “demonstrou claro viés” em favor do atual presidente Nicolás Maduro.
Em resposta, Maduro disse que a nota do Centro Carter já estava pré-escrita e apenas com alguns detalhes para preencher.
Antes, a Organização dos Estados Americanos (OEA) havia afirmado também não reconhecer o resultado da eleição. Disse haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.